domingo, 25 de março de 2012



“Os sentidos, na obra dos artistas contemporâneos, não estão prontos, mas se configuram no acontecimento, isto é, na construção das múltiplas relações que acontecem entre a obra e o observador.” 


Katia Canton

domingo, 18 de março de 2012

Transverso no Rio de Janeiro


Transverso no Rio. http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2012/02/11/a-foto-de-hoje-431113.asp

Público e Privado


"O que é espaço público? E privado? Na contemporaneidade, esses dois conceitos parecem se interceptar o tempo todo. A ideia de privacidade, por um lado, se esgota num mundo em que todas as informações se mostram disponíveis ao público. A partir de 1991, com a proliferação de revistas e de mídias como Caras, Gente e Quem e programas televisivos como Big Brother e a Fazenda, entre outros, há mais imagens em que a intimidade é colocada a público.

O espaço que seria público - parques, praças, igrejas - se fecha cada vez mais perante a ameaça da violência potencial. Seu uso abandonado pelo medo ou deixado a deriva, à sombra da solidão urbana. O lugar público, que seria o lugar de todos, passa ao status de lugar de ninguém. É abandonado, maltratado, sujado, ignorado, sucateado. 

O desejo dos artistas contemporâneos de dialogar com os espaços públicos da cidade como forma de expandir suas poéticas fica cada vez mais ameaçado e torna-se um contraponto à ameaça da violência, ao medo, ao isolamento proposto por uma arquitetura de muros, grades e vigilâncias. O grafite é um dos modos mais eficientes encontrados por alguns artistas para furar esse paradigma.  

A origem histórica do grafite remonta à história do ser humano, já que existem registros de sua cultura nas paredes das cavernas e na civilização egípcia. Essa inscrição no espaço público acompanha a própria história da arte.

O grafite propõe, acima de tudo, uma experiencia de estética e fluidez, por ser a arte do movimento, que se modifica junto com dia a dia da cidade"

trecho retirado do livro Espaço e Lugar, de Katia Canton.